sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Post nº 146: Como há gente ridícula no mundo ¬¬

Neste último domingo, saiu no Fantástico uma matéria sobre um pai que protesta contra o uso de kit de educação sexual. A idéia básica é: desde o ano de 2003, o Ministério da Saúde orienta escolas públicas sobre como abordar doenças sexualmente transmissíveis e prevenção à gravidez na adolescência. Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, o pai de uma aluna de 12 anos não gostou do kit adotado por uma escola municipal para ilustrar as aulas de orientação sexual. Ele ficou surpreso quando ouviu da filha que um pênis de borracha foi usado na sala de aula durante a explicação da professora sobre métodos contraceptivos.
"Ela ficou bastante chocada, achou esquisito. Ela conta inclusive que na sala de aula houve muita brincadeira indecente e gozação com aquele objeto", afirma João Flávio Martinez, que também é professor.
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Agora o que eu acho:
Putz, que cara ridículo!!! E olha que é professor; supõe-se que seja uma pessoa esclarecida e informada, logo deveria ter noção do quão importante é Educação Sexual nas escolas. Mas, infelizmente, ainda existe muita gente de "cabeça pequena e fechada" para esse tipo de coisa.
A educação sexual busca ensinar e esclarecer questões relacionadas ao sexo, livre de preconceito e tabus. Desde sempre, falar sobre sexo provoca certos constrangimentos na maioria das pessoas, mas o tema é de extrema importância, pois esclarece dúvidas sobre preservativos, anticoncepcionais, DST’s, organismo masculino e feminino, e gravidez. O principal objetivo é preparar os adolescentes para a vida sexual de forma segura, chamando-os à responsabilidade de cuidar de seu próprio corpo para que não ocorram situações futuras indesejadas, como a contração de uma doença ou uma gravidez precoce e indesejada.
No mês de setembro deste ano, eu e uns colegas do meu curso colocamos em andamento um projeto ("Educação pelos pares"), que visa justamente passar informações, além de tirar dúvidas, concernentes à sexualidade e afetividade. Trabalhamos com alunos de 8ª série do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio. Realizávamos, sempre, alguma dinâmica relacionada ao assunto e, depois, fazíamos um momento de debate (assuntos abordados: auto-estima, imagem corporal, puberdade, órgãos sexuais, sexualidade, masturbação, virgindade, gravidez na adolescência, aborto, DST’s, Aids, métodos contraceptivos, preconceitos e drogas lícitas e ilícitas).
As conversas com os adolescentes foram, todas, muito proveitosas. E acima de tudo, a idéia não é sair falando sobre sexualidade para estimulá-los a iniciarem, a partir daquele momento, a ter relações sexuais e talz. A idéia é ESCLARECER DÚVIDAS e TRANSMITIR INFORMAÇÕES RELEVANTES. O início da vida sexual vai do momento de cada um, se a mocinha que tem um namoradinho acha que já está pronta, é escolha dela fazer ou não; já se o rapaz quer ter sua primeira vez só depois do casamento, também é escolha dele. A questão é que para fazer esse ato, deve-se estar preparado para isso, e acima de tudo, usando proteção.
Precisa haver um maior diálogo entre pais e filhos, ou entre professores e alunos sobre esse tipo de assunto. Já é comprovado que os jovens que tiveram Educação Sexual na escola tendem a se proteger, e que realmente há uma queda no número de adolescentes grávidas ou de jovens com DST’s.
Por que deixá-los ter dúvidas?! E sim! Eles têm muuuitas dúvidas. Pra quê deixá-los correr o risco de contrair uma doença ou de ter uma gravidez indesejada, só por que eles não sabiam como se proteger, ou tinham várias outras dúvidas? Falar sobre sexo é, sim, um tabu. Mas deveríamos começar a "quebrar" isso...
A EDUCAÇÃO É A MELHOR FORMA DE PREVENÇÃO. Muito simples!

5 comentários:

The Chaos King disse...

Apóio a causa também; E digo mais, acho que se eu tivesse uma filha, adoraria que ela tivesse orientação sexual;
O q acho que deve ter acontecido com essa menina é algum tipo de moléstia, não sexual por parte dos colegas de sla, mas no sentido de perturbarem mesmo a pobre garota, que contou para o pai e ele não quis expor; Cada qual tem seus motivos...
Bem, estou contigo... Sim à e Educação Sexual...
Beijos!

Anônimo disse...

é compreensível o pai não ter gostado já q vivemos numa sociedade cheia de pudores, a menina tem 12 anos, na cabeça dele ela é apenas uma crinça, ou melhor, agora entrou na fase de pré-adolescência e querendo ou não a mídia já erotizou essa faixa etária... mas com certeza sou a favor de orientação pra essa faixa etária, já q o sexo está sendo descoberto cada vez mais cedo pela garotada, como dizia uma amigo meu: "depois dos 12 anos o selinho entrou em extinção" hahaha, brincadeira

Anônimo disse...

Prezado
Ridiculo é pouco para atitudes e comportamentos como esses. Imaginem o número crescente de jovens adolescentes engravidando e se iniciando na vida sexual com a idade de até 9 anos. Esse pai realmente deve está vivendo no mundo de "Alice no Pais das Maravilhas" se não fosse trágico seria comico. Estou falando pois sou professora há 20 anos trabalho em escola pública de Salvador e tem doze(12) anos que trabalho como Coordenadora do Projeto de Sexualidade Hmana fazendo esse trabalho juntamente com os meus colegas tratando das questões de saúde sexual e reprodutiva dos nosso jovens e adolescentes e como tal a minha Unidade Escolar faz parte também do SPE-Saude e Prevenção nas Escolas Públicas tendo como parceiros a Secretaria de Saude do Estado e Municipio, ONGS e outros. Fazemos um trabalho responsável através de seminários,oficinas,dinâmicas além também de fazermos o trabalho com os pais dos alunos pois não poderia ser diferente.
Enfim é muito triste sabermos que em pleno XXI existem pessoas com mentalidades tão atrasadas.
O texto e o escritor estão de parabéns.
Abs

Anônimo disse...

Eu concordo com o que você disse, mas faço ressalvas. Não a sua opinião sobre a importância da Educação Sexual, que de fato é verdadeira, mas a mentalidade tida como atrasada pelo pai da menina. Podemos até sair do príncipio que seja atrasada, mas temos que levar em consideração outros pontos, como a falta de esclarecimento desse pai. Se a nossa sociedade é cheia de preconceitos e tabus é mais por falta de informação do que qualquer outra coisa. Considero mais válido inserir Educação Sexual aos pais, pois apesar de serem mais velhos, terem experiências, etc, etc, etc, muitas vezes podem nem saber o que é o tal do clitóris. Educação Sexual pra informar que as criancinhas não são mais tão criancinhas assim e mostrar o tanto de doenças elas podem estar expostas. Temos que lembrar que o Brasil é um país formado por pessoas com o mínimo de instrução e nós, que temos só um pouquinho, temos que repassar o que sabemos para evitar que A pense B como libertino e B pense A como atrasado. É o que eu penso. Elânia.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.